Agora é que são eles!

Já faz algum tempo que os homens andam flertando com os produtos de beleza, mas de dois anos para cá eles simplesmente dispararam no consumo dos chamados itens de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. Com ligeiras diferenças no comportamento, são tão exigentes como as mulheres, mas bem mais práticos. 

Por exemplo, optam mais por produtos que “descompliquem” a rotina da beleza, como os shampoos para barba dois em um (shampoo e condicionador no mesmo produto) e cremes que só precisem de uma única aplicação. Vai longe o tempo em que os homens compravam só desodorante e creme de barbear!

Mas, se engana quem pensa que eles estão comprando indiscriminadamente. A procura é por produtos pensados e feitos para o público masculino. Cosméticos para hidratação de pele e cabelos, por exemplo, precisam ser mais suaves para eles. É que os homens têm muito mais glândulas sebáceas e a pele mais oleosa.

Outra coisa, os homens também escolhem produtos de acordo com a sua performance. Assim, shampoos antiqueda ou anticaspa, por exemplo, saem na frente na preferência deles. Uma diferença significativa, que anima os fabricantes, é que a rapidez e a praticidade masculinas movimentam mais o mercado, sem falar que eles não pechincham muito, ou seja, vão comprar mesmo que o produto seja caro. 

Mas, assim como as mulheres, eles também querem informações seguras sobre o que estão comprando. Os vendedores têm que ser consultores, conhecendo profundamente os produtos, seus princípios ativos, benefícios etc. Isso revela outro dado interessante: a vaidade masculina está deixando de ser vista com preconceito no Brasil.

Assim, os homens passaram a consumir cosméticos e perfumaria não apenas pela necessidade, mas também por cuidado pessoal e, porque não, prazer! Por isso, produtos que antes eram quase exclusivos das mulheres, agora também são desejados pelos homens como esfoliantes, redutores de celulite e até bases corretivas!

Isso faz com que eles também sejam mais exigentes na hora da compra, reclamando que as empresas ainda pensam muito mais em produtos e estratégias para o público feminino, deixando menos variações e novidades nas linhas masculinas. Por isso, não é difícil que mães, esposas e namoradas deem a palavra final na hora do consumo, funcionando como “consultoras” informais dos novos consumidores.

A verdade é que o público masculino atual pouco tem a ver com os homens dos anos 90. Eles se cuidam e estão muito mais preocupados com a beleza do que com que podem falar de um homem que procura um creme para as mãos ou para acne.  

Assim, se as empresas do ramo da beleza quiserem crescer, também precisam apostar no desejo dos homens de consumir mais produtos, investindo em mais tecnologia e informação. Talvez, o futuro dos cosméticos esteja mais nas mãos deles do que delas.